Localização privilegiada dos estúdios e crédito imobiliário mais caro pressionam a demanda pelos imóveis de um dormitório
Os preços de venda de imóveis residenciais ficaram 0,68% mais caros em fevereiro, de acordo com dados do Índice FipeZap divulgados nesta sexta-feira (7). O número representa aceleração em relação a janeiro, quando a alta foi de 0,59%.
O destaque fica para os imóveis de 1 dormitório, que puxaram para cima os preços. Apenas entre esse perfil de imóvel as vendas ficaram 0,71% mais caras em fevereiro, acumulando alta de 9,44% em 12 meses.
Para efeito de comparação, os imóveis de 4 ou mais dormitórios ficaram 0,43% mais caros em fevereiro, acumulando reajuste de 6,15% no último ano.
De acordo com a DataZap, o preço por metro quadrado dos imóveis de 1 dormitório está em R$ 10.954, na média. Em um imóvel de 2 dormitórios, por exemplo, esse valor é de R$ 8.236, quase 25% a menos por metro quadrado na venda de um imóvel.
Por que imóveis de um dormitório estão caros?
Paula Reis, economista do DataZap, analisou a pedido da Inteligência Financeira as causas que levam imóveis de um dormitório terem o metro quadrado mais caro. E, ainda, o que está encarecendo mais do que outros tipos.
Na visão da especialista, isso ocorre como resultado de um processo histórico, com construtoras priorizando construções de até 45m² em áreas nobres. Dessa maneira, priorizando empreendimentos próximos ao centro das grandes cidades. E em regiões adensadas.
"Embora tenham um custo total mais acessível, esses imóveis têm um preço por metro quadrado mais alto devido à localização em bairros com mais infraestrutura de transportes, serviços e comércio", explica a economista.
Já a alta maior na comparação com outros tipos de imóveis tem relação, avalia Reis, com o momento econômico atual. Diante da Selic em alta e do crédito imobiliário mais caro, a demanda se concentra nos imóveis menores e pressiona os preços.
"Pode-se esperar que apartamentos de um quarto sofram reajustes maiores relativamente aos apartamentos com mais dormitórios. Com o aumento de custo do crédito imobiliário, com parcelas e entrada maiores, residências menores são mais factíveis de serem adquiridas", argumenta.